Super desoneração de data centers no Brasil

O governo federal prepara o Plano Nacional de Data Centers (Redata), que prevê isenção de tributos federais para equipamentos de TI não fabricados no Brasil. A iniciativa — apoiada por líderes do setor como Rodrigo Radaieski (COO da Ascenty) — busca atrair R$ 2 trilhões em investimentos na próxima década, barateando GPUs, switches e sistemas de resfriamento líquido e impulsionando a expansão de data centers voltados a workloads de IA.


1 | O que foi anunciado?

1.1 Desoneração federal

  • IPI, PIS/Cofins e Imposto de Importação zerados para servidores, chips e soluções térmicas não produzidos localmente (inicialmente por 5 anos).
  • Implementação via MP ou PL ainda neste semestre.

Adesão estadual opcional: unidades federativas podem reduzir ICMS para os mesmos itens.

1.2 Metas do Plano Redata

Indicador-chaveMeta até 2035
Investimento totalR$ 2 tri
Capacidade instalada1 800 MW
Posição globalTop 5 hubs de dados com energia renovável

2 | Efeito cascata no mercado de infraestrutura

2.1 Mais recursos para racks

Cada US$ 1 aplicado em prédio/energia gera US$ 10 em hardware para racks; a desoneração incide nessa fatia maior do orçamento.

2.2 Arquiteturas voltadas à IA

FasePotência típicaDensidade do rackRefrigeração
Ingestão/Data Lake5 – 15 MW~15 kWAr condicionado
Treinamentoaté 100 MW80 – 100 kWLíquida (direct-to-chip)
Inferência1 – 5 MW~25 kWAr + líquido híbrido

2.3 Competitividade verde

A matriz elétrica brasileira possui ~87 % de fontes renováveis, alinhando-se às metas ESG de grandes provedores globais.


3 | Desafios que permanecem

  1. Energia & água — alta demanda hídrica e elétrica para clusters de IA.
  2. Burocracia estadual — ICMS pode continuar onerando equipamentos em estados não aderentes.
  3. Capacitação — carência de profissionais em resfriamento líquido e automação de alta densidade.
  4. Sustentabilidade — necessidade de metas rígidas de eficiência para licenciamento ambiental.

4 | Benefícios para quem hospeda na SpeedCloud

  1. Upgrade de recursos – renovação de servidores com processadores mais potentes.
  2. Latência mínima para IA – clusters de inferência no DC Fortaleza 1 reduzem em até 40 % o tempo de resposta.
  3. Sustentabilidade certificada – menor PUE graças a equipamentos mais eficientes + energia renovável local.
  4. Novas zonas de disponibilidade – viabilidade financeira para PoPs SpeedCloud no Sul e Centro-Oeste, redundância multi-região.
  5. Roadmap acelerado – desoneração de FPGAs/DPUs antecipa serviços de Edge AI e rede 400 GbE já em 2026.

Conclusão

A desoneração do Plano Redata pode transformar o Brasil em um dos maiores hubs globais de dados e IA. Para os clientes SpeedCloud, isso significa infraestrutura mais potente, custos menores e novas regiões de baixa latência — tudo respaldado por energia limpa e conformidade local. Ficaremos de olho na tramitação do plano e prontos para ampliar seus benefícios assim que a medida for aprovada.