Data Center na Lua?

Em um movimento que parece saído de um roteiro de ficção científica, a Flexential, fornecedora de soluções para data centers, anunciou uma parceria com a Lonestar Data Holding Inc., empresa especializada em projetos de infraestrutura lunar. O objetivo é lançar o projeto Freedom, que visa construir o primeiro data center na Lua, oferecendo uma solução inovadora de armazenamento de dados fora do ambiente terrestre.

A iniciativa, que fará parte da missão da Intuitive Machines e utilizará um foguete SpaceX Falcon 9 para o transporte da carga, promete revolucionar o conceito de infraestrutura. Segundo as empresas envolvidas, ao operar no espaço, o data center elimina a dependência de recursos naturais como água e energia, além de aumentar a resiliência e confiabilidade das instalações. Em condições adversas, como terremotos, furacões, incêndios, enchentes, conflitos e ataques terroristas que podem afetar data centers na Terra, essa alternativa oferece proteção adicional para informações essenciais.
De acordo com o comunicado oficial, o data center lunar da Lonestar tem como finalidade "fornecer resiliência, recuperação de desastres e serviços de processamento de borda para clientes governamentais e corporativos globais que exigem os mais altos níveis de proteção de dados". Diferente dos centros de armazenamento tradicionais, o Freedom será alimentado por energia solar e resfriado de forma natural, utilizando unidades de estado sólido (SSDs) e um processador de borda baseado em Field Programmable Gate Array (FPGA).
Além do projeto Freedom, outra missão espacial chamou atenção ao transportar um módulo de pouso lunar em 15 de janeiro. Essa missão, realizada pela Dragonfly Aerospace com seu módulo Blue Ghost, levou à Lua um conjunto de dados históricos codificados em DNA sintético. Desenvolvida pela Iridia em parceria com a Arweave e a ASI Alliance – formada por SingularityNET, Fetch.ai e Ocean Protocol – a iniciativa visa preservar o conhecimento humano por milênios. Os tokens ASI (FET), representativos da inteligência artificial, serão armazenados de forma segura em uma Carteira Molecular da Iridia. Após o pouso, as chaves públicas serão disponibilizadas no site da empresa, permitindo a visualização e a interação com esses ativos espaciais.
Com os ativos baseados no espaço protegidos por leis internacionais e vinculados ao país de lançamento, a iniciativa abre novas perspectivas para agências governamentais e empresas que buscam alternativas para garantir a integridade dos seus dados, independentemente de desastres naturais ou eventos catastróficos.
Essas inovações demonstram como o avanço tecnológico pode expandir os horizontes do armazenamento de dados, trazendo não apenas resiliência e segurança, mas também abrindo caminho para uma nova era na proteção e preservação do conhecimento. Enquanto o projeto Freedom se prepara para fazer história, o mundo observa de perto os primeiros passos rumo ao armazenamento de dados no espaço.